Gravadoras querendo explorar ainda mais os músicos..??

Durante muitos anos, o negócio do disco ajudou as gravadoras multinacionais a se tornarem grandes geradoras de dinheiro. Para praticamente todos os envolvidos, com exceção daqueles que de fato geraram as riquezas, ou seja, os músicos. Pois bem. Com a história de pirataria, Napster, arquivos mp3 etc, o mercado fonográfico simplesmente rolou ladeira abaixo.

Inúmeros artistas, executivos e funcionários dos mais diversos escalões perderam seus empregos. Agora, como forma de tentar retomar ao menos um pouco do brilho perdido, as multi que sobraram, após as fusões ocorridas nos últimos anos, tiveram uma nova idéia. Elas, que nunca ofereceram porcentagens acima de 12 % (e apenas para artistas muito especiais) nas vendagens de discos, agora, para contratar um novo nome, querem entrar, também, na divisão dos lucros obtidos com shows.

O engraçado é que isso ocorre no exato momento em que boa parte dos artistas que de fato interessam já perceberam que podem seguir em frente sem o apoio das majors, ou se virando com selos próprios, ou entrando em gravadoras brazucas como Biscoito Fino, DeckDisc, Lua Discos etc. Na verdade, o que as grandonas sabem fazer, e continuam sabendo um pouco, é colocar os produtos no mercado, distribui-los.

No quesito criação, cada vez mais o que de melhor surge, seja no segmento elitizado, seja no popular, vem da cena independente, desde as Céus da vida, passado pelas Bandas Calypsos. Portanto, acho que só mesmo novatos oriundos dos Famas/Ídolos da vida irão se submeter a essa nova tentativa de ditadura.

Pois dinheiro de show sempre foi dinheiro do artista. A não ser que as multi queiram ajudar de fato na promoção dos mesmos, o que é possível, porém, altamente improvável. É esperar para ver no que vai dar essa novidade.

Matéria extraída site Mondo Pop

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Alvaro Augusto - Produtor Cultural e Advogado.

Matéria postada em 14 de agosto/07.