Monday, February 12, 2007

UM TRIBUTO A JOHN CAGE

John Cage (1912-1992) é uma das figuras seminais da música do século XX. Alguns o consideram um compositor, um mito e um guru. Outros, um charlatão. Ele nasceu em Los Angeles e estudou música com Henry Cowell e Arnold Schoenberg. Este, referindo-se ao aluno, comentou: "Ele não é um compositor. Ele é um inventor, um gênio.
Cage desafiou permanentemente os conceitos musicais afirmando que novos sons sempre estariam à disposição dos compositores. Ele foi um dos primeiros músicos a prever a importância da participação de instrumentos eletrônicos na música do futuro.
Depois de escrever inovadoras peças para percussão, em 1938 o músico inventou o "piano preparado". Este era um piano de cauda no qual foram introduzidos, entre suas cordas, parafusos, pregos, pedaços de madeira e papelão destinados a produzir sons inéditos. Para o "piano preparado", Cage escreveu um Concerto com Orquestra e um ciclo de Sonatas e Interlúdios, compostos entre 1946 e 1948.
No final da década de 40 a atitude de Cage em relação à música sofreu profundas mudanças devido aos resultados de seus estudos em Zen Budismo e filosofia Hindu. Da teoria Zen ele herdou o gosto particular pela não intencionalidade, passando a jogar o aleatório e sons sem significado junto ao seu processo de criatividade musical. Um dos principais aforismas de Cage passou a ser: "Meu propósito é eliminar o propósito".
Numa tentativa de livrar sua música de quaisquer vestígios de auto expressão e intencionalidade ele introduziu o acaso como guia principal em seu processo de compositor. Sua criação maior dentro desses conceitos chama-se Music of Changes, escrita para o piano convencional, em 1951. Suas composições deixaram de ser escritas na técnica da notação tradicional. Cage desenhava rabiscos que mais pareciam a representação gráfica de um eletrocardiograma. Com o passar do tempo a escrita do compositor tornou-se cada vez mais irracional e anárquica.
Muito de seus amigos e admiradores, entre eles Pierre Boulez, acreditavam que a ênfase de Cage na composição randômica era um beco sem saída. Nos últimos anos de sua vida o músico retornou aos métodos tradicionais de composição.
Cage raciocinou que no caso dos sons serem iguais, o silêncio também é uma experiência musical válida. Baseado nesse princípio ele escreveu em 1952, sua peça mais discutida, 4’ 33”.
A obra do músico, em três partes, foi estreada por seu colega David Tudor. Durante quatro minutos e trinta e três segundos ele sentou-se frente a um piano sem tocar uma única nota. O objetivo era revelar para a audiência a inexistência do silêncio total e fazer com que a mesma focasse sua atenção na riqueza de sons que existe numa sala de espetáculos.
Cage desafiou permanentemente os conceitos musicais afirmando que novos sons sempre estariam à disposição dos compositores. Ele foi um dos primeiros músicos a prever a importância da participação de instrumentos eletrônicos na música do futuro.
Depois de escrever inovadoras peças para percussão, em 1938 o músico inventou o "piano preparado". Este era um piano de cauda no qual foram introduzidos, entre suas cordas, parafusos, pregos, pedaços de madeira e papelão destinados a produzir sons inéditos. Para o "piano preparado", Cage escreveu um Concerto com Orquestra e um ciclo de Sonatas e Interlúdios, compostos entre 1946 e 1948.
No final da década de 40 a atitude de Cage em relação à música sofreu profundas mudanças devido aos resultados de seus estudos em Zen Budismo e filosofia Hindu. Da teoria Zen ele herdou o gosto particular pela não intencionalidade, passando a jogar o aleatório e sons sem significado junto ao seu processo de criatividade musical. Um dos principais aforismas de Cage passou a ser: "Meu propósito é eliminar o propósito".
Numa tentativa de livrar sua música de quaisquer vestígios de auto expressão e intencionalidade ele introduziu o acaso como guia principal em seu processo de compositor. Sua criação maior dentro desses conceitos chama-se Music of Changes, escrita para o piano convencional, em 1951. Suas composições deixaram de ser escritas na técnica da notação tradicional. Cage desenhava rabiscos que mais pareciam a representação gráfica de um eletrocardiograma. Com o passar do tempo a escrita do compositor tornou-se cada vez mais irracional e anárquica.
muito de seus amigos e admiradores, entre eles Pierre Boulez, acreditavam que a ênfase de Cage na composição randômica era um beco sem saída. Nos últimos anos de sua vida o músico retornou aos métodos tradicionais de composição. Cage raciocinou que no caso dos sons serem iguais, o silêncio também é uma experiência musical válida. Baseado nesse princípio ele escreveu em 1952, sua peça mais discutida, 4’ 33”.
A obra do músico, em três partes, foi estreada por seu colega David Tudor. Durante quatro minutos e trinta e três segundos ele sentou-se frente a um piano sem tocar uma única nota. O objetivo era revelar para a audiência a inexistência do silêncio total e fazer com que a mesma focasse sua atenção na riqueza de sons que existe numa sala de espetáculos.
Matéria extraída da Revista Digital edição 387
http://www.revistadigital.com.br/adagio.asp?NumEdicao=387&CodMateria=3381
Para os leitores que desejam aventurar-se no estranho mundo musical de John Cage, recomendamos: Sonatas e Interlúdios para Piano Preparado, com o pianista Gerard Fremy (Gravadora Etcetera KTC 2001).
Complete Piano Music volume 2: Music for Piano; Electronic Music for Piano, com o pianista Steffen Schleiermacher (Dabringhaus and Grimm MDG 6130784-2)
Disponibilizamos através do canal You Tube, a apresentação da obra 4’33” no qual é interpretada no piano por David Tudor. Vale a pena assitir por curiosidade.
Alvaro Augusto – Produtor Cultural e Advogado.
Matéria postado em 12 de fevereiro de 2007.

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