Thursday, February 08, 2007

Vale do Silício e o conflito com a Industria Musical, Cinema e Internet


Vale do Silício é como é conhecido, no Estado da California – EUA. O Silicon Valley é um conjunto de empresas implantadas a partir da década de 1950 com o objetivo de inovar científica e tecnológica, destacando-se na produção de Chips, na eletrônica e informática.
O Vale do Silício abrange várias cidades de estado da Califórnia, ao sul de São Francisco, como Campbell, Cupertino, Fremont, Los Altos, Los Gatos, Menlo Park, Moutain View Milpitas, NewWalk, Palo Alto, Redwood City, San Jose, Santa Clara, Saratoga, Sunnyvale e Union City
A industrialização dessa região teve início nos anos 90, mas o impulso para o seu desenvolvimento se deu com a Segunda Guerra Mundial e principalmente durante a Guerra Fria, devido à corrida armamentista e aeroespacial.
Foram as indústrias eletrônicas do Vale do Silício que forneceram transistores para mísseis e circuitos integrados para os computadores que guiaram as naves Apollo. Muitas empresas que hoje estão entre as maiores do mundo foram gestadas na região:Aplle, Altera, Google, NVIDIA Corporation, Eletronic Arts, Symantec, Advanced Micro Devices (AMD), eBay, Maxtor, Yahoo!, Hewlett Packard (HP), Intel, Microsoft (que hoje está em Redmond próximo de Seattle), entre outras
A cidade de Campinas no Estado de São Paulo é conhecida como "Vale do Silício Brasileiro" , graças as empresas high tech (como as de peças de computador) e de pesquisas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Silício
No entanto as empresas de tecnologia do Vale do Silício reclamam de obstáculos colocados pela indústria da música e do cinema ao desenvolvimento da distribuição on-line. Para elas, essas barreiras impedem a criação de novos conteúdos na internet, capazes de impulsionar a adoção da banda larga e estimular a demanda por equipamentos.
Por outro lado as gravadoras e os provedores de conteúdo, acusam o setor de tecnologia do Vale do Silício, pois, a distribuição eletrônica que supunha-se multiplicar as vendas, acabou por facilitar as cópias. O impacto inicial recaiu sobre as gravadoras, mas os estúdios de cinema estão no eixo das discussões e com certeza serão as próximas vítimas.
Os defensores das empresas de tecnologia do Vale do Silício apontam as gravadoras e o setor da industria cinematográfica de terem visão estreita. Dizem que a Industria Fonográfica e Hollywood optaram por recorrerem à Justiça para restringirem a distribuição on-line em vez de buscar formas de lucrarem com as oportunidades de marketing e vendas.
No Vale do Silício, a situação não poderia ter sido pior. No ano de 2006 as vendas de computadores pessoais sofreram a primeira queda da história. Caso não houvesse barreira por parte das gravadoras nas comercializações de arquivos de música e vídeo de formato fácil, o uso impulsionariam a disseminação da banda larga e obrigariam os consumidores a atualizarem seus computadores.
As gravadoras continuam no encalço das distribuidoras on-line de música, exigindo compensação pelas perdas sofridas. E a transição do modelo gratuito para o de assinaturas pagas de uma certa forma afugentou usuários. Outro argumento das gravadoras majors, é que ainda há problema nas ofertas das versões digitais de músicas e filmes em relação à propriedade intelectual.
Nos EUA, o volume de vendas e exportações de CDs vem caindo constantemente. Segundo a Soundscan, empresa que faz o acompanhamento das vendas no varejo da indústria fonográfica, houve queda das vendas em aproximadamente (1) um bilhão de dólares nesse último ano.
A Recording Industry Association of America (RIAA) aponta culpado. “Não há queda de popularidade das gravações de música, mas depreciação do valor comercial delas, por causa da disseminação das práticas de cópias e pirataria”, diz Jay Berman, presidente e CEO da RIAA. A IFPI estima que a pirataria custou à indústria fonográfica US$ 4,2 bilhões no ano passado.
As margens já andavam espremidas. Hank Barry, ex-CEO da Napster, calcula que o atual modelo de distribuição proporciona às gravadoras apenas US$ 0,35 por CD vendido. As cinco grandes gravadoras (Vivendi Universal, Sony, AOL Time Warner, EMI e Bertelsmann) que, juntas, controlam 75% do mercado, decidiram reagir.
A primeira medida todos sabem, foi embutir sistemas de proteção contra cópias nos CDs (DRM). O problema é que esses sistemas fazem certos aparelhos não tocarem o CD por causa da proteção contra cópias. Ao ser lançado pela Sony na Europa, o álbum da famosa cantora Celine Dion, “A New Days Has Come” ficou entre os mais vendidos, porém travava quando tocado em computador.
A segunda investida no combate à reprodução pirata é de caráter legislativo. A indústria fonográfica pressiona os congressistas americanos a aprovar projeto de lei de Ernest Hollings, senador da Carolina do Sul, que obriga os fabricantes de todo tipo de produtos eletrônicos dos EUA a incluir dispositivos de proteção contra cópias nos aparelhos. O projeto enfrenta oposição do setor de tecnologia.
Na cruzada contra a pirataria, as gravadoras resolveram se aproveitar das vantagens da internet. Sony e Vivendi Universal criaram seu próprio serviço pago de distribuição on-line, o Pressplay. AOL Time, Bertelsmann e EMI lançaram o MusicNet.
Um dos maiores problemas é que as gravadoras não conseguiram reproduzir a mesma euforia dos internautas pela procura de alguns sites virtuais com o da Apple. Os dois sites das gravadoras oferecem acesso a músicas de pequena parte dos artistas das gravadoras e o usuário precisa saber por qual selo o artista grava o CD.
Além disso, um dos sites comercializa versões que em geral não podem ser gravadas em CDs ou download em aparelhos portáteis. No outro site, o usuário consegue ouvir os arquivos apenas por tempo limitado.
Para Steve Jobs, da Apple, essas iniciativas demonstram que a indústria fonográfica não aprendeu com a lição do primeiro compatilhador de arquivos “Napster”, cujo sucesso foi muito mais conseqüência da conveniência do que da gratuidade dos serviços.
“A internet é a melhor coisa que já aconteceu na vida das gravadoras, mas elas não conseguem lucrar com isso”, diz Aram Sinnreich, da Jupiter Media Metrix. “Elas destruíram o lugar para onde os consumidores iam como abelhas ao mel. Os consumidores estavam dispostos a pagar as gravadoras só precisavam instalar a máquina registradora.”
A distribuição gratuita é, sem dúvida, um ótimo atrativo. Depois de deixar a Napster praticamente fora de combate, a indústria fonográfica tem agora de lidar com um bando de serviços rivais, como Morpheus, Grokster e LimeWire, cuja tecnologia é mais avançada que a da Napster, e que também oferecem música de graça.
A indústria cinematográfica ainda sofre menos o ataque dos piratas on-line. Nos EUA, o número de frequentadores de cinema não diminuiram tanto, ainda continua elevado, porém com grande risco de diminuição de público.
No passado, já estava disponvel a versão do recém-lançado “Guerra nas Estrelas – Episódio 2: na Internet Relay Chat, da rede global de chats on-line. Em função de deficiências tecnológicas, a sétima arte está por ora, protegida da pirataria.
Os filmes on-line têm formato pequeno, a qualidade das imagens é ruim e o download de filmes inteiros é muito demorado. Mas isso não impede, segundo a Viant, empresa de pesquisas de mercado, que nesse ano de 2007 mais de 350 mil filmes sejam ilegalmente “baixados” todos os dias. Para a Movie Picture Association, órgão da indústria cinematográfica, logo-logo a tendência começa a virar epidemia.
Em minha modesta opinião os conflitos entre Hollywood, Gravadoras e o Vale do Silício estão longe de uma solução, pois, vejo noticias de exigências dessas industrias mudando a todo momento na tentativa de impedirem o desenvolvimento da tecnologia. Mas acredito que atualmente o Vale do Silício com sua alta indústria tecnologica são mais importantes para a economia dos EUA , do que Hollywood e as gravadoras.
Fonte = Financial Times.
http://www.ft.com/home/us
Autor: Paul Abrahams e James Harding.
Alvaro Augusto - Produtor Cultural e Advogado.
Matéria postado em 08 de fevereiro de 2007.

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