Vale até disco de graça
O mercado fonográfico tradicional está em crise. Mas o mercado de música conta com opções muito lucrativas
No primeiro semestre deste ano, o single digital The Sweet Escape, da loira Gwen Stefani, superou em 100 000 unidades o álbum físico mais vendido no mesmo período – o disco do american idol Chris Daughtry.
O dado confirma aquilo que as gravadoras vêm anunciando há tempos, em tom de lamento: as vendas de CDs estão despencando e o mercado fonográfico, assolado pelos downloads ilegais, não pára de encolher. Depender da vendagem de música deixou, portanto, de ser uma opção para a sobrevivência dos selos.
Mas os analistas começam a enxergar outra informação crucial nesse cenário: o mercado de música vai muito bem, obrigado, e está crescendo – mas em direções que escapam à alçada das gravadoras. O sucesso do single digital de Gwen Stefani pode ser tomado como prova de um dos aspectos dessa mudança: a decadência do suporte físico para a música. Outra direção, ainda mais surpreendente, acaba de ser sinalizada por Prince.
O cantor programou para este 15 de julho a distribuição gratuita de seu novo disco, Planet Earth, juntamente com o jornal inglês The Mail on Sunday. Prince é um dos artistas que mais faturam no mundo, hoje, com apresentações ao vivo.
Calcula-se que, em 2004, a turnê do álbum Musicology lhe tenha rendido 90 milhões de dólares, muito mais do que obteve com a venda de 1,9 milhão de cópias do CD propriamente dito. Prince é bom de aritmética e de golpe de vista. Ao dar um CD de graça, ele diz com todas as letras que este não passa de uma mera isca para seu verdadeiro negócio – vender ingressos de shows.
Matéria extraída do site da revista Veja.
Alvaro Augusto - Produtor Cultural e Advogado.
Matéria postada em 16 de agosto/07.
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